sábado, 29 de novembro de 2008

Bella


"Minha avó sempre dizia: se quiser que Deus dê risada, conte seus planos a Ele." A frase é de José, - personagem interpretado pelo galã, ator e cantor Eduardo Verástegui - na primeira cena de "Bella", quando começa a narrar sua história com ceticismo sobre a vida e seu desenrolar. José é chef de um restaurante tipicamente mexicano em Nova York. Antes, entretanto, foi craque de um grande time de futebol, mas teve a carreira interrompida no ápice do sucesso. Já Nina (Tammy Blanchard) tem a vida toda chacoalhada ao saber, quase simultaneamente, que está grávida, sozinha e acaba de ser demitida do emprego de garçonete.

Pronto, um prato cheio para o drama de duas pessoas que compartilham, durante um passeio pela cidade e seus arredores, anseios, frustrações, culpas e alguns clichês. Assim como um destino em comum, que vem para confirmar a impermanência de viver.

Com diálogos ora em inglês, ora em espanhol, "Bella" é o primeiro longa-metragem dirigido pelo mexicano Alejandro G. Monteverde, que estreou de cara vencendo o prêmio de melhor filme do júri popular do Festival de Toronto de 2006. Com traços leves de humor, a trama é narrada em fragmentos, onde lembranças do passado se confundem com fatos do presente, numa sucessão de belezas delicadas e densa dramaticidade.

Assista ao trailer aqui:



(Resenha feita para a revista SET)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O menor conto do mundo


"Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá"

"O dinossauro", do escritor guatemalteco Augusto Monterroso, é considerado o menor conto da literatura mundial. Conheci este e outras obras do autor quando fiz um curso de narrativas breves com o impagável Marcelino Freire .

Para ler mais coisas de Monterroso, venha que vale a pena.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E viva o Rei!

Ontem a frase "e tudo termina em brega" me inspirou esse post.

Estava eu no último show dessa temporada do Del Rey aqui em São Paulo me divertindo com os sucessos de Roberto Carlos.
Os pernambucanos do Mombojó juntos do cantor China, um sujeito magrelo com uma dança desengonçada, conseguem abarrotar o Studio SP nas noites em que se apresentam.

Achei engraçado ver um bando de jovens, assim como eu, cantando coisas do tipo:

"...Que é ciúme, ciúme de você
Ciúme de você, ciúme de você..."

Provavelmente, muitas daquelas pessoas que pulavam e balançavam os braços ao som de "Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim", também estiveram nos shows do R.E.M, do U2 e são fãs de outras tantas bandas, mas cantavam em coro e, o mais importante, sem nenhuma vergonha "Emoções", um dos principais hits do rei. Vale a pena, principalmente poder observar a diversão alheia.

Para quem quiser ouvir, fica a dica: Del Rey - Se Você Pensa. E não tenha vergonha de ser "brega" de vez em quando.

À Beatriz


Demorei até (re)conhecer Beatriz. Já tinha ouvido falar da moça que despertava tantas dúvidas.

Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz

Numa noite de festa a conheci de verdade. Culpa da Georgia e sua mania de livres associações que me fizeram chorar. Era final de dezembro e me recordo que passei o ano-novo intrigada com a mulher que dançava no sétimo céu. Me perguntava como seria possível ser tão bela e, ao mesmo tempo, tão triste.

Não sei se a Beatriz que inspirou Chico Buarque e Edu Lobo existiu de carne e osso, mas, para mim, ela tem algo do que Marilyn Monroe foi. Não sei se pela beleza desconcertante, se pela sensualidade frágil ou pela tristeza que carregava no olhar. Até hoje fico encucada, tentando descobrir mais sobre essa menina. Vira e mexe me pergunto, cantando:

Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz

E foi em homenagem a ela que batizei esse espaço. Seja bem-vindo à Casa de Beatriz!