quarta-feira, 4 de março de 2009

Às pedras


Na falta do bendito tempo, que se contrapõe aos tempos sem inspiração e que, coincidentemente, se cruzam aos obstáculos, sejam os de matéria mineral sólida ou os invisíveis, ainda bem que existe a poesia. Ainda bem.


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Georgia Nicolau disse...

ei amiga,
as vezes a gente esquece, mas logo relembra dela né?
dá uma tranquilidade... parece que a gente anda com mais malemolência depois de ler um bom poema.
beijocas

Fogo no Briôco disse...

Saudades dos seus textos!!!!!!!


Renato =D