quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Para o sol

E foi assim, a moça abriu o e-mail na noite fria e lá estava a surpresa da amiga que, por algum tempo, preferiu virar tatu-bola para se proteger de alguns perigos da grande travessia. Ela só queria se tornar invulnerável aos dentes dos cães, igualzinho mesmo ao tatu. Mas descobriu que os girassóis existem.

Quase uma oração

"Um dia a gente acorda e percebe que mudou, depois de levar muita porrada e ter os ossos moídos junto aos sonhos.
Um dia a gente acorda e percebe que nem toda mudança precisa ser amarga,
embora o que nos mova quase sempre seja a dor, esta parceira do imprevisto.
Um dia a gente acorda e descobre do lado do avesso um espaço zen, uma espécie de paz interior que nos adula e acaricia,
como se a mãe voltasse a nos pegar no colo.
Neste dia, inexplicavelmente,
decidimos que o melhor a fazer
numa manhã é plantar um girassol
só para ver, dali a um tempo,
sem angústia, dilema ou rejeição,
que a vida dança a dança dos dervixes...
e que a nossa entrega à vida
é um ritual sem hoje nem amanhã.
A felicidade pode ser o ato de movimentar -se
como os girassóis, para lá e para cá,
só pra ver onde começa e onde termina o dia...
sem pressa.
Os acontecimentos não nos pertencem."

de Célia Musilli

Um comentário:

Unknown disse...

ai, tá aqui tb!
esse poema é lindemais.
saudades de vc tb, aneto!!
beijocas