quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Velho e o Mar



Na segunda-feira me despedi do velho Santiago e de toda sua força. Me despedi também de sua ingenuidade, de sua paciência, de sua compaixão e de sua fixação pelo baseball. Na verdade, não tivemos assim, uma despedida propriamente dita, pois "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway, é um daqueles livros que mesmo após sua última frase lida, fica martelando na cabeça.

O velho de "olhos queimados pelo sol, muito carinhosos e confiantes" me deixou intrigada, principalmente quando disse:

— É que sou um velho muito estranho.

De estranho Santiago não tem quase nada, a não ser o antigo hábito de falar sozinho. Também pudera, não deve ser fácil passar dias e noites acompanhado apenas pelo oceano e por seus animais.

Tanto que certa vez ele, com todo seu ceticismo, desejou se transformar em um daqueles vertebrados aquáticos.

"O homem não vale lá muito comparado aos grandes pássaros e animais. Eu, por mim, gostaria muito mais de ser aquele peixe lá embaixo, na escuridão do mar."

Concentrado, sua única missão enquanto navegava era vencer aquele
peixe imenso de barbatanas cor de violeta pálida.

"É um peixe enorme e tenho de dominá-lo. Não posso deixar que ele compreenda a força que possui...Tudo o que preciso fazer é conservar a cabeça lúcida..."

E depois de tantas páginas em sua companhia, concordei:

"Não é bom que eu tenha ilusões."

2 comentários:

PhBueno disse...

Excelente livro, acabei de ler... Realmente o velho Santiago nos fascina. Sua determinação para vencer o peixe é mítica e exemplar de como não devemos desistir nunca.

Já viu o filme ???

Abraços...

Ana Elisa Faria disse...

Pois é..."O Velho e o Mar" está na minha lista dos prediletos =)
Ainda não vi o filme, mas vou procurar para assistir.

Obrigada pela visita aqui.

Abraço.