terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Coraline
Confesso que me tornei fã de Neil Gaiman há pouco tempo. Foi logo depois de ler "Os Lobos Dentro das Paredes" e a versão portuguesa de "O Dia em que Troquei o meu Pai por Dois Peixinhos Dourados" (ainda inédito no Brasil) . Dei mais um passo em direção à fantasia do escritor inglês e aos traços do ilustrador Dave McKean até chegar em "Coraline."
A cada página me sinto como se estivesse lá, com a entediada garotinha que pegou a fria chave e abriu a porta.
O dia estava ensolarado e frio, exatamente como aquele que Coraline deixara.
Um barulho sutil fez-se ouvir atrás dela.
Coraline virou-se. Em pé, sobre o muro próximo a ela, achava-se um gato grande e preto, idêntico ao gato grande e preto que vira no terreno de casa.
— Boa tarde — disse o gato.
Sua voz soava como a voz de dentro da cabeça de Coraline, a voz com a qual ela pensava as palavras; mas essa era uma voz de homem, não de menina.
— Olá — disse Coraline. — Eu vi um gato como você no jardim lá de casa. Você deve ser o outro gato.
O gato balançou a cabeça.
— Não — disse. — Não sou o outro coisa nenhuma. Sou eu. — Inclinou a cabeça para o lado; os olhos verdes brilhavam.
— Vocês, pessoas, se esparramam por toda parte. Nós, gatos, nos mantemos íntegros, se é que me entende.
Enquanto leio o final da história, espero a estreia de "Coraline" no cinema e, mais uma vez, confesso: estou curiosa para ver como ficou o novo trabalho de Henry Selick ("O Estranho Mundo de Jack").
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Um comentário:
que delícia de trecho, Hermeto!
obs. estreia sem acento. oh, man!
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